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Após a minha chegada a Lisboa a meio de 2009, depois de ter sido convidada para trabalhar na Trienal de Arquitectura de Lisboa, a caminho da sua segunda edição, não sabia por quanto tempo iria ficar em Portugal. Dois anos mais tarde, ainda aqui estou e tenho vontade de aqui continuar no futuro próximo. A cidade tornou-se um ponto de referência, uma fonte de grande inspiração e energia. As condições que aqui encontrei estavam longe de ser fáceis ou confortáveis, mas sem dúvida encorajaram-me e estimularam-me todos os dias a contribuir; a contribuir como alguém de “fora”. Isto pode ter que ver – mais do que alguma vez foi o caso em cidades como Berlim ou Basileia – com o facto de ser uma mulher num ambiente de trabalho dominado por homens.
     Em 2009 eu acabara de sair do Museu de Arquitectura, em Basileia, onde estivera envolvida num denso e intenso programa de exposições e publicações, após formação e preparação prévias em Berlim. Este percurso não ia exactamente ao encontro da prática de trabalho e de organização aqui em Portugal. A tarefa que ia iniciar em Lisboa não era menos ambiciosa, densa ou intensa – era apenas muito diferente e um jogo com regras diferentes na perspectiva de uma mulher de 32 anos que se preparava para abandonar a sua zona de conforto.
     Entretanto, a segunda edição da Trienal de 2010 já passou e estou presentemente a trabalhar na próxima Trienal de 2013. A nossa equipa é composta por 30 pessoas (incluindo o conselho de direcção, supervisão e aconselhamento, bem como a equipa principal), apenas seis delas mulheres.
     Desde que cheguei tenho apreciado as edições do JA sob a presente direcção, uma vez que têm sido um ponto alto num ambiente bastante complicado (e para mim em boa parte ausente) da crítica de arte e arquitectura no País. Acompanhando a série “Ser…”, e sabendo que mais cedo ou mais tarde chegaria a altura de um número “Ser Mulher”, comecei a prestar atenção às mulheres portuguesas que fazem hoje arquitectura, em especial às mulheres da minha geração. Um dos primeiros e raros exemplos que conheci e por quem me interessei, é a arquitecta Joana da Rocha Sá Lima, que, embora ainda parcialmente sedeada em Portugal, se mudara para o Norte da Europa contribuindo de forma muito activa para o debate, discussão e divulgação da prática da arquitectura.
     Teria eu encontrado o momento em “Ser Mulher” para trocar perguntas e partilhar considerações com alguém da minha geração que fizera um trajecto de sul para norte, atravessando durante a sua formação e experiências de trabalho países e cidades onde eu cresci e me formei, tendo agora chegado a Portugal no sentido oposto, de norte para sul?

Julia Albani

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Julia Albani – Ao recordares o momento em que saíste de Portugal, o que esperavas que mudasse para ti? E como te vês agora?
Joana da Rocha Sá Lima – Bom, eu tive o privilégio de ter nascido e sido educada em Portugal, e de ter estudado o património arquitectónico português, mas isso nunca foi suficiente. Desde a infância senti sempre vontade de viajar e, mais tarde, tive como pretexto a necessidade de explorar outros modos de pensar a arquitectura. Quando saí de Portugal em 2002, tinha dois objectivos claros: queria trabalhar com Rem Koolhaas e visitar tantos países quanto possível, o que deu forma às minhas decisões mais relevantes, logo à minha personalidade e educação como arquitecta.
Ao partir com 22 anos, estava aberta a todas as possibilidades e tive um leque incrivelmente variado de experiências. Por ter vivido em Itália, na Alemanha, na Holanda e agora na Noruega, fui contaminada não só por diferentes culturas, mas também por formas pluralistas de pensar que influenciaram o meu distanciamento de predisposições culturais e preconceitos.
Profissionalmente, estive exposta a processos criativos contrastantes e complementares em projectos de arquitectura e de design, ao trabalhar com alguns dos gabinetes mais interessantes da Europa e ao aprender com pessoas muito estimulantes nesta área.
Após nove anos, julgo que mudei, tornando-me uma pessoa mais segura e independente, por vezes demasiado determinada e sempre à procura da próxima grande novidade, razão pela qual criei uma revista. Com a Conditions – revista escandinava centrada nas condições da Arquitectura e do Urbanismo – estou a tentar estabelecer uma plataforma de debate que redefina necessidades e condições da arquitectura. Como me vejo agora? Gosto de pensar que sou uma fusão entre culturas diferentes, com o espírito livre de um nómada, a paixão de um explorador, a inquietação de um pensador. O meu lar ainda é em Portugal mas a minha casa é em todo o lado.

Na nossa primeira conversa, disseste que tencionavas mudar-te outra vez para Portugal após um período longo a viver e trabalhar na Holanda, Alemanha e Noruega, mas mudaste de ideias depois da primeira tentativa. Porquê?

Bem, eu sempre quis regressar um dia, principalmente porque as minhas raízes e família são muito importantes para mim, mas esse foi sempre um plano a longo prazo. Quando, no ano passado, decidi fazer uma tentativa e regressar, fi-lo por razões pessoais e infelizmente ainda não estava profissionalmente preparada para uma mudança tão grande. Tenho tendência para planear estrategicamente todos os meus passos e normalmente não apresso as decisões sem analisar de antemão todos os prós e contras e sem ter a certeza de que estou a fazer a melhor escolha. Por isso, culpe-se o amor.
Antes da mudança estive a viver durante quase três anos na Noruega, onde co-fundei a revista Conditions. Na altura trabalhava como directora de projecto num gabinete bem estabelecido em Oslo e como professora na AHO/Arkitektur-og designhøgskolen (Universidade de Arquitectura e Design) e por isso regressar a Portugal foi uma decisão difícil e arriscada. Não obstante, após criar a revista Conditions, e tendo acumulado algum conhecimento com as experiências passadas, o passo seguinte seria abrir o meu próprio gabinete. Fazer isso em Portugal pareceu-me uma opção sensata.
Quando cheguei sabia bem que o País estava perante uma situação económica crítica. Mesmo assim, tinha muitas expectativas e acreditava que era possível começar do zero. Tinha a energia e o optimismo, os parceiros ideais e alguns projectos interessantes, mas não estava preparada para o choque cultural.  Deparei-me com o preconceito em relação aos mais jovens, que são de antemão considerados incompetentes, inexperientes e irresponsáveis. Além disso, as mulheres em posições de liderança parecem ser ainda menosprezadas, um elemento muito contraditório tendo em conta a nossa sociedade matriarcal. E acima de tudo, fui confrontada com a resistência à mudança.
Subitamente, uma mentalidade muito conservadora, extremamente burocrática e algo castradora atingiu-me em cheio. Em comparação com a Escandinávia, trabalhar em Portugal parecia ser como viajar para trás no tempo, um sentimento muito desmotivador e desencorajador.
Rapidamente reconsiderei as minhas prioridades e decidi voltar para Oslo, embora essa mudança exigisse o corte de muitos laços com Portugal, o que na altura foi bastante assustador. Desde então, dediquei toda a minha energia à revista Conditions e, recentemente, ao grupo Conditions, um think-tank dedicado à pesquisa e desenvolvimento do conhecimento na Arquitectura.
Para além disso, ainda mantenho várias colaborações em Portugal e acredito mesmo que as coisas podem mudar. Os portugueses têm uma enorme capacidade de inovar e regenerar –  só é preciso a liderança certa.

Como é que vês Portugal à distância hoje? De que sentes mais falta no País?

Tenho com o meu País uma relação de amor/ódio e a razão é eu ver tantos recursos desperdiçados, tanta incompetência e falta de ambição numa nação com tanto potencial. Temos uma incrível força de trabalho, uma tremenda capacidade de produção mas continuamos muito dependentes de iniciativas governamentais. Infelizmente, o governo é o único motor, mediador e investidor e isso entrava qualquer participação do sector privado. Falta-nos planeamento a longo prazo e desenvolvimento estratégico. Portugal precisa de pensadores, de fazedores e de uma nova massa crítica nos lugares de decisão.
Mas aquilo de que eu sinto mais falta é de um sistema meritocrático, um sistema que promova os grandes potenciais: indivíduos feitos por conta própria, com a visão, a garra e o profissionalismo necessários para alcançar o mérito, independentemente do género, origem ou idade. A nossa geração é composta por pessoas muito competentes e com valor. Se não forem criadas as condições necessárias, o núcleo intelectual é atraído por outros países, onde o conjunto das suas competências, empreendedorismo e conhecimentos são melhor apreciados. Infelizmente, esta sangria de cérebros irá enfraquecer consideravelmente a pegada cultural de Portugal no futuro.

Ser mulher – isso é um problema para ti, profissionalmente?

Não, e certamente que não nos países do norte onde já se queimaram os soutiens há muito tempo.
Na minha experiência profissional, ser mulher sempre foi uma vantagem e nunca uma limitação. Acho que temos de aceitar as diferenças e aprender a usar tanto as fragilidades como as forças da forma mais produtiva. As mulheres arquitectas lutaram por alcançar o reconhecimento profissional, mas temos de ter em conta que num período de tempo muito curto, alcançámos uma presença enorme em posições de topo.
Para além de serem multi-taskers e organizadoras natas, as mulheres têm igualmente a noção do todo e, ao mesmo tempo, preocupam-se com os pormenores. Sabemos como usar a percepção de uma forma muito assertiva e é isso que nos torna potencialmente melhores curadoras. A educação está a ajudar-nos a sermos melhores pensadoras e críticas, e eu fico cada vez mais espantada com o aumento da qualidade e quantidade de mulheres escritoras e arquitectas.
Embora ainda não tenha sido confrontada com o tiquetaque do relógio biológico, pergunto-me como isso me irá afectar profissionalmente.

O facto de teres trabalhado em gabinetes como o OMA teve influência na tua carreira e perfil como jovem arquitecta, crítica de arquitectura e professora?

Sem dúvida! Como sabes, a selecção nesses gabinetes é muito rigorosa. Num ambiente desses é possível trabalhar com algumas das pessoas mais interessantes, inspiradoras, ambiciosas, inteligentes, dedicadas e motivadas da nossa geração. A maioria dos meus colegas é quem agora dá forma à paisagem arquitectónica contemporânea.
No OMA, aprendi a usar a dúvida e divergência como processo criativo, as palavras como instrumentos de design e a pesquisa como plataforma geradora de princípios de design.
Deparei-me com um novo modus operandi, pondo em causa referências e ideais anteriores e procurando constantemente o conhecimento para poder encontrar de forma racional, crítica e efectiva os argumentos que justificassem o nosso trabalho. Todos os problemas tradicionais eram evitados, iludidos ou transcendidos de alguma forma – é essa a chave para a inovação e, mais importante, uma metodologia com flexibilidade para se adaptar a vários processos de produção e design.A experiência pode ser comparada com um treino militar no terreno antes de uma guerra, porque a pressão é tão intensa que nos forçamos a chegar aos limites. Isto prepara-nos para funcionar em diferentes áreas e contextos. Trabalhar no OMA foi de longe a melhor opção de carreira que fiz.
O gabinete é um centro de diferentes culturas, com diferentes antecedentes metodológicos. Como tal, ali é necessário um compromisso pessoal para ultrapassar as diferenças e atingir qualidade, para aprender a comunicar e moderar, para tentar atingir um consenso e tornar as ideias perceptíveis a todos. Isto deu-me pedagogicamente a propensão para encorajar as diferenças e por essa razão tento levar os meus alunos a procurar a sua própria linguagem, a perceber e ter o conhecimento e a liberdade para descobrir as suas próprias limitações e ideais.

Alguma das tuas chefes teve uma influência especial em ti, nos teus métodos de trabalho posteriores e no teu espírito? Quem, e com que resultado?

No OMA trabalhei de muito perto com Ellen van Loon, uma mulher admirável, com uma atitude arguta e enérgica. É uma pessoa muito segura e tem uma forma especial de predispor e motivar quem com ela trabalha. A Ellen está em todo o lado, tem a capacidade de controlar tudo o que está a ser produzido e, graças a ela, projectos como a Casa da Música e a Embaixada da Holanda em Berlim foram bem sucedidos; e ainda tem tempo para se dedicar à família.
Também tive muita sorte de ensinar com Anne Lacaton, uma das minhas arquitectas contemporâneas preferidas. Com ela aprendi a apreciar a simplicidade, a dar preferência à qualidade de vida e ao espaço, uma abordagem à arquitectura muito sincera, honesta, humana e socialmente fascinante.
Mas as minhas referências humanas e profissionais mais profundas são a minha mãe e a sua irmã. São elas o suporte de todas as minhas decisões e “formaram-me”, tal como sou hoje. São mulheres inteligentes, intuitivas e muito perspicazes. Ao mesmo tempo são muito femininas, sensíveis e elegantes, conseguem ser dominantes e fortes, persistentes, ambiciosas e grandes profissionais. Ambas tiveram uma educação conservadora e fizeram o que nesses tempos era esperado de uma mulher na sua posição; contudo, são as pessoas mais liberais, abertas e avançadas que conheço.
Elas levaram-me a acreditar que tudo é possível e que se me concentrar numa coisa acabarei por conseguir alcançá-la. Essa é minha maior herança.

Como vês as mulheres, o seu papel e possibilidades na Noruega do presente?

Em 1978, a designação especial de um Provedor para a Igualdade de Género tornou a Noruega conhecida em todo o mundo como um país que dá valor à igualdade de género. Muitos outros países procuram na Noruega a inspiração e as ideias para promover a igualdade entre os sexos.
As mulheres norueguesas são muito emancipadas e independentes; são também as mais privilegiadas em condições de trabalho e de vida. Na Noruega as mulheres não se deparam com discriminação sexual nem com dificuldades económicas. Excluindo o facto de darem à luz, mulheres e homens têm os mesmos direitos e deveres.
Mas serem tão privilegiadas também tem um lado negativo; ao darem tudo por adquirido, as mulheres não estão assim tão interessadas nas suas carreiras, dando prioridade à família na maioria dos casos.
A educação norueguesa baseia-se em valores social-democratas e a cultura tem sido influenciada pela Lei de Jante: “Não pense que é ninguém em especial ou que é melhor que nós.” O termo faz referência a uma mentalidade que recusa reconhecer o esforço individual e põe a tónica no colectivo, punindo aqueles que sobressaem devido ao sucesso. Isto é um obstáculo à ambição, logo as mulheres e homens noruegueses em geral, não se encontram especialmente motivados para criarem os seus próprios negócios. A cultura do risco e da experimentação está subdesenvolvida e não é incentivada, por isso o sector privado sofre e a maioria das mulheres prefere a segurança e a estabilidade.
Todavia, existem figuras notáveis, e uma diferença significativa em relação aos outros países é que na Noruega as mulheres têm maior grau de liberdade ao definir o curso das suas carreiras.

Everybody’s darling ­– or bitch
” é um slogan que me acompanhou constantemente ao longo da minha formação profissional na Alemanha e na Suíça, adoptado em especial pelas mulheres que tinham pago um preço alto pelas suas carreiras e foram as primeiras a perceber que a força da mensagem subjacente se sobrepõe à provocação das palavras. Isto não constituiu até ao momento para mim nenhum problema ou questão – talvez graças à geração anterior à nossa, que derrubou barreiras essenciais ou revelou e trilhou um percurso que já não é o nosso.
Isto relaciona-se com alguma das tuas experiências? Como encaras hoje essa afirmação?

Esse é um assunto muito complicado, porque as condições e a posição das mulheres variam em função do contexto cultural.
Eu fui educada numa família matriarcal católica mas liberal. As mulheres eram quem tomava as decisões, mas de uma forma muito subtil e espirituosa, davam a autoridade aos homens de comunicar a decisão e fazer pequenas afinações, fazendo-os acreditar que tinham o controlo. Acho que estavam a evitar emasculá-los, preservando a sua virilidade e orgulho nos seus feitos. Elas eram sem qualquer dúvida as “darlings”, e ao abdicarem da sua posição de poder, tornaram-se fonte de consenso e harmonia nas suas casas e empregos. Apesar de tudo, continuaram profissionais e boas no que faziam.
Com o capitalismo e a influência ocidental, as mulheres encontraram novos modelos de comportamento com os estereótipos da geração yuppie, as “bitches” ríspidas e as mulheres poderosas que para ganharem respeito precisavam de abdicar da sua feminilidade e tornar-se versões masculinas exageradas de si próprias. Não há dúvida de que derrubaram algumas barreiras, levando as coisas até ao outro extremo. Graças a essa subversão, hoje podemos ser as duas coisas, e a virtude e o verdadeiro poder da mulher está em ser essas duas coisas. Somos agora mais fortes que nunca, mais educadas, mais bonitas, envelhecemos mais lentamente, temos a possibilidade de ter um filho mais tarde, de ter independência financeira e de estar na posição de ter carreiras brilhantes e bem sucedidas. Acima de tudo, somos indivíduos independentes com a inteligência e o conhecimento para criar as nossas próprias regras. Ser mulher não é uma limitação, mas uma força.
O problema em Portugal é que a geração antecedente, a geração educada no regime, ainda está no poder. Como tal, espero e acredito que a nova geração que saiu das universidades terá agora a possibilidade de mudar a paisagem contemporânea, de agitar e educar os “velhos do Restelo”.

Considerando a
Conditions, bem como outras revistas de arquitectura e publicações, podes partilhar a tua opinião e experiência sobre o teu trabalho com outras mulheres nesta área?
Bem, a equipa da Conditions é formada por indivíduos e é assim que funcionamos, nunca subestimamos ou julgamos as capacidades dos nossos colaboradores ou colegas pelo seu género. Isso não constitui nunca uma questão. Baseamos as nossas colaborações no talento, profissionalismo, em visões e ambições. Recuso-me a contemplar a possibilidade de favorecer alguém porque usa uma saia ou um par de calças!
É verdade que a discriminação de género ainda é um problema proeminente e relevante em algumas sociedades; e compreendo a necessidade de dedicar um número do JA às mulheres, mas espero que isso provoque uma mudança de mentalidade, pelo menos na nossa área. No futuro deveríamos parar de vitimizar a nossa condição de mulheres e compreender que somos nós quem tem de fazer a diferença. O mundo já não pertence aos homens.
O próximo número da Conditions (Nº 9) terá como título New knowledge – new practices? Queremos ir à procura de quem está, de facto, a revolucionar a prática da arquitectura – uma mudança de foco de atenção em relação à nossa anterior preocupação com as políticas de arquitectura e educação na esfera pragmática. Gostaria de desafiar todos os arquitectos corajosos para nos ajudarem a descobrir quem está de facto a mudar a prática da arquitectura através de novos saberes.|

tradução: João Carvalhais

 


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